segunda-feira, 16 de maio de 2011

# Com esmaltes pequenos e coloridos...


Com esmaltes pequenos e coloridos,

fábrica de SP quadruplica de tamanho


Speciallità Esmaltes vende para todo o Brasil e até para Portugal.
Empresário hoje pinta próprias unhas para avaliar o tom das cores.


Foi meio a contragosto e sem muitas opções que o empresário Vincenzo Barrella, de 46 anos, aceitou a sugestão de um amigo dez anos atrás e começou a vender esmaltes de unha em lojas de produtos de beleza como um “quebra-galho”. Hoje, os produtos da Speciallità Esmaltes podem ser encontrados em mais de 600 pontos de venda em todo o país e até em Portugal, para onde a empresa exporta desde 2008.

“Eu tinha saído de um emprego e um amigo indicou uma empresa onde que eu podia mandar fazer os esmaltes e colocar a minha marca. Escolhi uma cartela com 26 cores de mercado e lá fui eu, peguei o carro e saí vendendo nas lojas”, conta o empresário.
Vincenzo revela que, no começo, achou que “não tinha nada a ver” vender esmaltes, já que não conhecia muito bem o mercado – anteriormente, ele havia trabalhado com roupas para hospitais. Como foi a opção que apareceu, contudo, resolveu agarrar a oportunidade até que surgisse "outra melhor".
Na primeira tentativa, os produtos não tiveram boa aceitação no mercado, diz o empresário, porque os frascos eram muito grandes – 14,5 ml – e o preço acabava ficando um pouco elevado. "Cheguei a oferecer a venda em consignação, mas não deu muito certo".
Diante do obstáculo, Vincenzo tentou vender os produtos diretamente nos salões de beleza. As manicures, contudo, não se revelaram boas pagadoras, diz.
Guinada
Foi em uma feira do setor que o empresário recebeu um conselho que deu a guinada no negócio e, partir daí, apostou no produto em vidros menores, de 6 ml, com a marca Hits. “Conheci um senhor que teve uma visão comercial que ninguém tem”, disse.

Há cerca de cinco anos, o empresário investiu aproximadamente R$ 200 mil na montagem da própria fábrica de esmaltes. Os vidrinhos exclusivos, de 6 ml, ele importa da Índia. “Resolvemos fazer o nosso próprio produto. Era acertar ou errar”. Hoje, são 180 cores no catálogo, muitas delas exclusivas. “A gente lança aqui dentro, cria aqui dentro”, explica.
Empresário pinta as próprias unhas para ver como vai ficar o tom do esmalte (Foto: Daigo Oliva/G1)Empresário pinta as próprias unhas para ver como vai ficar o tom do esmalte (Foto: Daigo Oliva/G1)
Quem antes achava que “não tinha nada a ver” investir em esmaltes, hoje chega a pintar as próprias unhas, uma de cada cor, para ver se o tom do esmalte está bom. “Dependendo do dia que você vem na fábrica, minhas unhas estão todas pintadas, para eu me sentir como se estivesse usando o esmalte”, revela.
De acordo com ele, hoje em dia, quanto mais diferente é a cor, mais ela vende. "O que menos vendo hoje é o branquinho transparente. Antes, metade [das vendas] era ele e a outra metade, as outras cores".
A inspiração para as cores o empresário diz tirar de todos os lugares. “Quando assisto a um filme, a primeira coisa que olho é na unha da atriz. Observo as unhas de todas as famosas, desde uma Lady Gaga até uma [famosa] com um lado mais clássico”, diz.
Meu objetivo é ser uma marca, não digo de ditar tendência, mas uma marca de nome, de referencia"
Vincenzo Barrella, empresário
A empresa, que fica na Zona Leste de São Paulo e tem 40 funcionários, mais do que quadruplicou de tamanho em 2010, explica Vincenzo, por conta do que o empresário chama de “boom dos esmaltes”. A moda, com cores diferentes e vibrantes, exigiu da fábrica mais do que ela podia produzir.
“O ano passado foi uma loucura. Cheguei a atrasar entrega em mais de 30 dias. Mas isso aconteceu com todo o mercado, por isso os clientes entendiam a demora”, revela o empresário.
OrganizaçãoPara este ano, diante de uma base tão robusta, a empresa investe em estruturação e espera até uma pequena retração em relação a 2010, já que, de acordo com o empresário, não é possível crescer mais de quatro vezes ao ano todo ano sem um bom planejamento. Para isso, foram investidos cerca de R$ 60 mil na implantação de um programa de gerenciamento.

“Organização é o ponto principal para sobreviver. Se fosse antes, eu falava, ‘imagina que vou gastar isso em um programa’. Mas é necessário até mesmo para a transparência do negócio (...). Primeiro precisamos nos organizar, para depois desejar outro crescimento”, diz.
Os esmaltes podem se encontrados em todas as regiões do Brasil, mas o mercado principal é São Paulo, que hoje representa 30% das vendas. As exportações para Portugal somam 5%. Por lá, a empresa possui um distribuidor, além de vender o produto para uma empresa que coloca a marca própria.
O foco em curso prazo, contudo, é ampliar a atuação no mercado interno, afirma o empresário. Um das estratégias tem sido firmar parcerias com outras empresas, como a Globomarcas e a rede de lojas Pop Up Store.
E o empresário, que um dia entrou no segmento “por acaso”, já pensa nos novos passos. “Meu objetivo é ser uma marca, não digo de ditar tendência, mas uma marca de nome, de uma referencia de mercado”, diz.
Do estilo "sanhora", ou seja, as cores mais tradicionais, ao "vanguarda", aqueles esmaltes com glitter e cores neon, Vincenzo diz que busca agradar a todos os gostos. "Às vezes, estou criando uma cor e penso, 'será que vai agradar?', mas sempre tem quem gosta, e temos a responsabilidade de continuar agradando", afirma.

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